O líder do PS acusou o primeiro-ministro, durante o debate quinzenal desta sexta-feira, de ser muito rápido a «lançar novas taxas e impostos e a cortar subsídios de férias e de Natal», mas «muito lento» para «cortar nas rendas aos accionistas». E «já lá vão 10 meses», lembrou António José Seguro.
Passos Coelho usou da ironia para dizer que «o senhor deputado é muito lesto a fazer contas de cortes em rendas que foram criadas no tempo do Partido Socialista. É muito lesto, mas deixe-me fazer-lhe uma correção. O Governo não foi muito rápido a cortar subsídios. O Governo incluiu essa proposta no Orçamento de Estado para 2012 e, em 2012, os portugueses irão nas férias e no Natal ver os seus subsídios cancelados».
Mas, continuou, «acontecerá ainda durante este mês de maio a intervenção resultante da negociação que prevê justamente a diminuição de rendas no setor eletro-produtor. Em bom rigor, o Governo não é mais lesto numa do que noutra, elas far-se-ão sentir em simultâneo».
Passos Coelho disse ainda que, «se há uma razão objetiva para corrigir o imenso défice tarifário que herdármos, e se não fosse renegociado todo o processo energetico, levaria a que tivéssemos em 2020 um défice tarifário superior a 5 mil milhões de euros, sem contar com a acumulação de todos os juros devidos pelos défices consolidados, que seria equivalente a várias dezenas de milhões de euros. Se não fosse essa necessidade, hoje teríamos as nossas empresas bem mais desafogas e os nossos cidadãos bem mais desafogados do que estão hoje».
Para o chefe do Governo, «o esquecimento sobre as situações que nos convidam hoje a fazer essa renegociação pode ser oportuno mas não é desculpa», disse, dirigindo-se a Seguro.
O líder do PS ainda tinha perguntado se o Governo vai ou não propor ao governo espanhol que seja eliminada a dupla tributação do gás natural. Ficou sem resposta nessa ronda do debate, mas depois Passos disse que «é conhecida a intenção há muitos anos de portugal e espanha de realizar no gás o mesmo tipo de convénio que foi realizado na área da eletricidade e ele não deixará de estar na agenda da nossa cimeira bilateral do dia 9 de maio».
O líder socialista deu ainda o exemplo da nova taxa alimentar. «Continua a surpreender os portugueses. Não estava no memorando nenhuma taxa sobre as grandes superficies. Acha que há alguém neste país que acredite que vão ser as grandes superfícies a pagar? Quem vai pagar estas taxas vão ser os consumidores e os produtores do nosso país. Aqui tem mais um exemplo: gorduras do Estado, zero. Impostos e taxas sobre os portugueses, muitas».
Antes, os dois políticos trocaram receitas de poupança: Seguro propôs precisamente cortes na Energia e Passos contapôs com a diminuição de gastos na Justiça.
Sem comentários:
Enviar um comentário